14 de março de 2008

Direito dos povos sem escrita

Características dos povos sem escrita

1.Direito sem escrita: Caracterizado pela ausência de textos escritos, um direito que era transmitido oralmente, inexistindo códigos ou leis escritas, respeitados religiosamente.

2.Economia: Como tinham pouco contato com outros grupos, era uma economia fechada. O sustento era por meio da pesca, da caça, alimentavam-se do que apanhavam nas águas, nas árvores. Não havia o sistema de troca com outros grupos.

3.Direito e Religião: A base de todo direito era a religião, o homem vivia temente aos poderes sobrenaturais, e ao que poderia acontecer caso transgredisse. Temia o castigo do poder divino, podendo desencadear sobre o indivíduo ou por todo o grupo uma série de calamidades. Inspirados por estes temores e superstições, ditavam-se as regras de conduta.

4.Direitos em nascimento: Não há ainda uma consciência do jurídico, sendo a religião a base das regras de conduta do indivíduo na sociedade. Os costumes ditam as regras, que são voltadas para os interesses do grupo e não para os indivíduos.

5.Fontes do Direito: O costume é a principal fonte do direito nessas comunidades, o precedente judiciário, provérbios e adágios.

6.Casamento: Realizado por membros de família diferentes; existia a tolerância da poligamia, mas sendo mais comum a união de um homem com mais de uma mulher, ocorrendo muito raramente a poliandria.

7.Família Matrilinear: Nesta sociedade a família está centrada sobre a linhagem mãe-filha-neta. A sucessão é pela linha materna, o marido junta-se à família da esposa, em vez da esposa mudar-se para a tribo do marido.

8.Família Patrilinear: Nesta sociedade a família está centrada sobre a linhagem do pai-filho-neto. As filhas e as netas fazem parte também, enquanto não são casadas; pelo seu casamento deixam o grupo familiar do seu pai para entrarem no do seu marido.

O chefe da família é o pai.

Neste sistema, normalmente, a habitação do pai é o centro de vida familiar.

9.Clã: A mais rudimentar das formas sociais de convivência.

A responsabilidade é do grupo e não do indivíduo. O grupo responde pela ofensa ou pela vingança.

10.O culto aos antepassados: O clã é constituído por certo parentesco místico, pois se consideram descendentes de um totem, antepassado comum e sagrado – animal ou planta.

11.A etnia: Conforme os clãs vão evoluindo, crescendo, formam-se as etnias. A comunidade que tem um nome comum, uma consciência de grupo, uma língua, costumes próprios.

Podemos dizer que a etnia é a origem da formação de um Estado, quando sua estrutura começa a tomar forma de uma organização mais estruturada e desenvolvida.

12.Modo de detenção dos bens: O místico assume uma proporção tão grande na vida da comunidade que, o indivíduo sente-se ligado a certos objetos e tudo o que fazia parte do seu corpo e foi separado dele, continua a identificar-se com ele.

Com a morte do chefe do clã, o que lhe pertence é muitas vezes enterrado ou incinerado com ele. Com exceção das necessidades da comunidade, aparecendo assim as primeiras formas de sucessão de bens.

Os bens são, a princípio alienáveis. O solo é sagrado.

13.Etnias Nômades: Grupos que não fixavam-se num lugar, aproveitando os recursos naturais até que estes se esgotassem, abandonando a terra.

14.Etnias Sedentárias: Com a sedentarização, os clãs aprenderam a produzir, cultivar a terra, fixando moradia. Começa a aparecer a noção de propriedade familiar, depois individual do solo, e ao mesmo tempo de sucessão imobiliária e de alienabilidade dos imóveis.

Em torno das atividades agrícolas surgiram as aldeias.

15.Classes Sociais: A apropriação do solo, diferenças de produção de um clã para outro, aparecem ricos e pobres, classes sociais, rompe-se aí o que era um regime igualitário, fazendo surgir a hierarquização da sociedade, uma sociedade mais estruturada.

Leitura:Direito dos povos sem escrita-John Gilissen.

7 de fevereiro de 2008

Concurseiros - 7 Pecados



Os pecados capitais levam ao inferno, os do concurso à reprovação, desânimo e desistência.

Os pecados capitais são os seguintes: gula, soberba, inveja, preguiça, ira, luxúria, avareza.

Vamos vê-los agora em sua manifestação “concursândica”.


A gula é a pressa de passar. Como sempre digo: concurso se faz não para passar, mas até passar. Assim, esqueça a pressa e comece a estudar com regularidade, planejamento e antecedência. Os concursos estão vindo aos montes, e continuarão assim.

A aprovação é resultado de um processo longo, mas é algo que você – se trabalhar direito – pode contar.


A soberba é a arrogância, o achar que já se é o “Sabe-Tudo”, o “rei da cocada”. Muitos candidatos inteligentes e bem formados são vítimas da soberba, ao passo que os menos capazes, mas esforçados, chegam lá, assim como na história da corrida da lebre com a tartaruga. A humildade nas aulas, no estudo, nas provas, em todo o processo, enfim, é o caminho para a glória.

A preguiça. Nem é preciso escrever nada. A palavra é auto-explicativa. Mas deixe-me dizer uma coisa: eu sou meio preguiçoso. Só que sempre fazia o que devia ser feito, quando, me imaginava desempregado e sem grana, caso deixasse a preguiça me dominar.

A inveja acontece quando o concurseiro fica vigiando a vida, as notas e as coisas boas que os outros possuem ao invés de ir resolver a própria vida. É impressionante como as pessoas pecam ao se compararem com os outros e dedicarem-se à reclamação e à autocomiseração em vez de estudarem e treinarem.

A ira representa deixar-se estourar, ou desanimar, pela enorme quantidade de fatos que têm justificadamente esse condão: cansaço, carteiras duras (do curso e a sua), dificuldades com a família, com a matéria, os absurdos ou fraudes em concursos, taxas de inscrição abusivas etc. haja paciência! (ops! Estamos falando de pecados e não de virtudes…). Nessas horas, não adianta irar-se. O jeito é ir estudar, pois um dia a gente passa, apesar de tudo.

A luxúria é talvez o maior pecado. Veja nela o lazer exagerado, as viagens, passeios baladas e tudo o mais que é delicioso, um luxo, e que nos tira tempo para estudar e treinar. Pois bem, equilibrar estudo e lazer, administrar bem o tempo e saber estabelecer as prioridades é essencial para chegar ao reino dos céus, digo, da nomeação.

A avareza tem duas manifestações. A primeira, do candidato, quando economiza nos investimentos necessários para ser aprovado. Vale a pena escolher os melhores livros, cursos e gastos, que incluem até mesmo os exames de saúde para estar bem e enfrentar a maratona dos concursos. A segunda avareza, a pior delas, ocorre quando o cidadão passa e deixa de utilizar o cargo e os poderes e competências dele para o bem da coletividade. Não sejamos avaros com o país, nem com o povo que o (e nos) sustenta. Ao passar, para não ser blasfemo, herege ou apóstata, é preciso devolver ao povo o quanto nós custamos. Isso pode ser feito com trabalho, eficiência, simpatia, honestidade e entusiasmo. Cumprir o dever, e se puder, um pouco mais.
Texto de Willian Douglas

(paraisodosconcurseiros.blogspot.com)

30 de janeiro de 2008

Para onde ou para aonde?


Apesar de usarem indistintamente essas duas palavrinhas, elas têm sentido muito diferente.
Onde indica um lugar estático, fixo: Onde estás?
Diferentemente, aonde refere movimento: Aonde vais?
Truque:
Aonde é o mesmo que para onde; se a troca por para onde der certo, use aonde; caso contrário, opte por onde.

Simples como voar.

Quê ou Quês / Que


Que e ques só podem ser acentuados nos seguintes casos:
• Em final de frase exclamativa: Quê! (indicando espanto, estranheza).
• Em final de frase interrogativa: Quê? (pergunta de quem não entendeu alguma coisa).
• Quando se trata de substantivo: Ela tem um quê que agrada. Ela tem alguns quês que agradam.

Simples como voar.

Senão X Se não


Sempre que surge a dúvida entre senão e se não, basta lembrar que só se grafa se não, separado, quando tem o sentido de caso não:
•Se não(caso não) vier, virá o assistente.
•A união não durará se não (caso não) houver compreensão.
Nos demais casos, será senão, o que acontece quando tem os sentidos de do contrário, mas sim, a não ser:
Senão (caso contrário) vejamos.
• Nada ocorre por acaso, senão (a não ser) por amor.
Quando substantivo, a forma correta é sempre senão, que tem como plural senões:
• É o único senão do projeto.
• São poucos senões do projeto.

Simples como voar.

Suar X Soar


É comum ouvir pessoas cultas dizerem que soam muito, fenômeno que só pode ser concretizado por quem, como a cobra cascavel, carrega consigo algum objeto que soa. Na verdade, querem referir-se ao verbo suar.
Com um pouco mais de suor, vão acabar aprendendo que suam e que as campainhas soam.
Suar: verter suor pelos poros.
Soar: emitir ou produzir som.

Simples como voar.

Ano bissexto

2008:
1. é ano bissexto; 2. a grafia correta é mesmo bissexto; 3. chama-se assim porque tem 366 dias, expressão numérica que contém duas vezes o algarismo 6.

Simples como voar.

29 de janeiro de 2008

Usos do porquê


Há quatro maneiras de se escrever o porquê: porquê, porque, por que e por quê.
1) Porquê:
É um substantivo, por isso somente poderá ser utilizado, quando for precedido de artigo (o, os), pronome adjetivo(meu(s), este(s), esse(s), aquele(s), quanto(s)...) ou numeral (um, dois, três, quatro).
Ex:
• Ninguém entende o porquê de tanta confusão.
• Este porquê é um substantivo.
• Quantos porquês existem na Língua Portuguesa?
• Existem quatro porquês.
2) Por quê:
Sempre que a palavra que estiver em final de frase, deverá receber o acento, não importando qual seja o elemento que surja antes dela.
Ex:
• Ela não me ligou e nem me disse por quê.
• Você está rindo de quê?
• Você veio aqui para quê?
3) Por que:
Usa-se por que, quando houver a junção da preposição por com o pronome que ou com o pronome relativo que. Para facilitar, dizemos que se pode substituí-lo por: por qual razão, pelo qual, pela qual, pelos quais, pelas quais, por qual.
Ex:
• Por que não me disse a verdade? = por qual razão
• Gostaria de saber por que não me disse a verdade. = por qual razão
• As causas por que discuti com eles são particulares. = pelas quais
• Ester é a mulher por que vivo. = pela qual
4) Porque:
É uma conjunção subordinativa causal ou conjunção subordinativa final ou conjunção coordenativa explicativa, portanto estará ligando duas orações, indicando causa, explicação ou finalidade. Para facilitar, dizemos que se pode substituí-lo por: já que, pois ou a fim de que.
Ex:
• Não saí de casa, porque estava doente. = já que
• É uma conjunção , porque liga duas orações. = pois
• Estudem, porque aprendam. = a fim de que

Simples como voar.